Adelaide Ramos e Corte, consultora associada da InnovaGestão foi a mediadora do Painel de Debates: “Consciência Profissional – vamos sair da zona de conforto?” realizado no dia 12 de março, Dia do Bibliotecário, data em que se comemora o aniversário de nascimento do poeta Manoel Bastos Tigre, patrono da Biblioteconomia brasileira.
O Painel de Debates foi promovido pela Biblioteca da Presidência da República, Conselho Federal de Biblioteconomia, Conselho Regional de Biblioteconomia, da 1ª Região, e Associação dos Bibliotecários do Distrito Federal (ABDF) e teve como debatedores, os professores Francisco das Chagas de Souza, da UFSC e Antonio Briquet de Lemos, aposentado pela UnB.
Ao discorrer sobre a questão da Consciência Profissional, o Professor Briquet considerou que a falta de participação dos profissionais nos movimentos associativos pode ser analisada como indício de acomodação da categoria. Pesquisa realizada por ele em 2012, por ocasião da criação da Associação Brasileira de Profissionais da Informação (ABRAINFO), indicou que havia, apenas, 636 associados nas únicas nove associações de bibliotecários que restavam de um total que outrora chegara perto de 20. A menor delas tinha três associados e a maior, 200. Como o número total de bibliotecários que exerciam a profissão era de cerca de 19 500, o vínculo associativo era de aproximadamente 3%. “Acredito que se possa considerar esse vínculo como um dos indicadores de nosso grau de consciência profissional. Esse número mostra, na sua outra face, o alto índice dos que estariam acomodados na zona de conforto: 97%”, afirma o Professor.
Uma das questões formuladas pelos organizadores do Debate foi se a academia estaria preocupada em fomentar a discussão sobre consciência profissional durante a formação dos novos profissionais.
O Professor Briquet considerou que, nos últimos 30 anos, tem aumentado o fosso existente entre os acadêmicos e os profissionais e que isso se pode notar na ausência de acadêmicos em eventos que não propiciam a progressão na carreira ou registro na plataforma Lattes, bem como em atividades de extensão.
Em seu entendimento, essa questão suscita o problema da relevância e adequação dos cursos de formação profissional e que essa crise se faz presente na própria prática profissional.
O Professor Francisco das Chagas de Souza considerou que, a partir do século XIX, foi desenvolvida uma epistemologia positivista que presidiu a construção de um conhecimento biblioteconômico contendo determinadas características, que o incapacita para responder adequadamente às demandas do mundo atual.
O presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia, da 1ª Região, Antônio José Oliveira, disse que é preciso ter consciência profissional, “uma consciência arraigada em nossas mentes para que possamos valorizar a profissão”.
Cristine Marcial, vice-presidente da Associação dos Bibliotecários do DF, defendeu o cumprimento da Lei n. 12.244/2010, que estabelece que as bibliotecas escolares tenham pelo menos um título para cada aluno matriculado. “O cumprimento da Lei nos ajuda a alcançar nossos objetivos e a fortificar a nossa classe”.
Ao final, a mediadora do debate, Adelaide Ramos, pediu aos profissionais presentes que pensassem até onde vai a zona de conforto dentro do seu micromundo.
A InnovaGestão foi uma das apoiadoras do evento.