O Produto Interno Bruto (PIB) – isto é, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – relativo ao ano de 2012, foi de apenas 0,9%. Tal resultado, anunciado sexta feira, 1° de março, foi o pior desde 2009, quando a crise econômica mundial atingiu a maioria das nações.
Atualmente, a crise econômica não pode ser responsabilizada pelo mau desempenho da economia brasileira. Os EUA cresceram 2%, no terceiro trimestre de 2012, e países como Chile, Peru, Colômbia e México, que têm renda per capita similar à do Brasil, cresceram mais e tiveram inflação mais baixa.
Segundo o editorial da Folha de São Paulo, o ambiente externo ruim contribuiu para o fraco desempenho verificado nesse quesito, mas os principais problemas são domésticos. A questão essencial diz respeito a custos e competitividade, que continuam a piorar em relação a outros países. Entre 2006 e 2012, a produtividade da indústria cresceu apenas 10%.
De acordo com o IPEA, no longo prazo, a produtividade é a principal fonte de crescimento das economias. A produtividade da mão-de-obra – ou seja, a relação PIB/trabalhador – reflete-se diretamente no nível do PIB per capita. O crescimento econômico só ocorre com aumento sustentado da produtividade.
Inexplicavelmente, no Brasil, os níveis de emprego, de renda e de consumo ainda permanecem altos. O editorial da Folha de São Paulo pergunta: Como entender que o emprego se mantenha, num quadro de PIB indigente e de aparente desindustrialização?
Se a produção das riquezas está estagnada e o nível de emprego continua positivo, significa que mais trabalhadores estão sendo contratados para produzir a mesma quantidade. Certamente, se não houver aumento da produtividade para que o país se torne mais competitivo, esse modelo não irá se sustentar. Baixa produtividade é reflexo de falta de capacitação para a realização do trabalho.
A questão se intensifica com a proximidade de realização dos grandes eventos previstos para o Brasil (Copa das Federações, Jornada Mundial da Juventude, Olimpíadas, Copa do Mundo), que atrairão milhares de turistas para as principais cidades brasileiras.
Como a Gestão do Conhecimento pode contribuir para a reversão do quadro? O conhecimento é o principal fator de produção do século 21. Consoante a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), o conhecimento gera 55% da riqueza mundial.
Segundo Peter Drucker, na Sociedade da Informação, os grandes ganhos de produtividade advirão das melhorias na gestão do conhecimento. O âmbito de atuação da gestão do conhecimento é local, no nível de cada organização.
Assim, é essencial que as organizações realizem investimentos continuados em capacitação, mudanças culturais, criação de comunidades de práticas e implantação de programas que contribuam para aproveitar e gerir o conhecimento dos seus colaboradores. Além disso, elas devem criar e desenvolver condições de trabalho favoráveis à aprendizagem organizacional.
Essa aprendizagem pode ser facilitada com a realização de ações para a criação, compartilhamento, cooperação e participação dos colaboradores – requisitos que levam à construção de organizações onde o indivíduo pode sentir-se seguro e mobilizado para compartilhar informações e conhecimentos.